PETAR - SP

Quem nunca sonhou em viver uma aventura no maior estilo Indiana Jones? Que tal explorar as cavernas no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, mais conhecido como PETAR? Por aqui, turistas do Brasil e do mundo têm a oportunidade de realizar este sonho aventureiro.

Família Müller no PETAR
Família Müller no PETAR - Foto: autor

Localizado no sul do estado, a 330 km da capital paulista, o parque conta com ótima infra-estrutura para receber turistas, ecoturistas, aventureiros e estudantes. O Centro de Visitantes é bem completo, com informações sobre a formação das cavernas, da fauna e flora do parque, uma parada obrigatória, principalmente para quem viaja com crianças.

Centro de Visitantes
Centro de Visitantes - Foto: Família Müller

O PETAR é considerado uma das Unidades de Conservação mais importantes do mundo, abriga uma das maiores reservas de Mata Atlântica do Brasil, dezenas de cachoeiras, sítios arqueológicos, paleontológicos, além das mais de 300 cavernas.

Explorar as cavernas, uma experiência diferente

As cavernas sempre foram cenários ligados a histórias de mistério e aventura, temas que encantam adultos e crianças, o ambiente que as envolve convida os turistas a encarar vários níveis de desafios como caminhar dentro dos rios e riachos, subir escadas, atravessar passarelas e pontes, escalaminhadas (caminhar com ajuda das mãos).

A fauna que habita este ecossistema único também é um dos seus maiores atrativos, espreitar por entre as paredes rochosas a procura de morcegos, aranhas, opiliões (espécie de aracnídeo) empolga e diverte crianças e adultos, sem dúvida um paraíso para quem pretende desfrutar de uma experiência diferente e intensa.

O Opilião
O Opilião - Foto: Família Müller
Cacho de morcegos
Cacho de morcegos - Foto: Família Müller

Somente 12 cavernas do PETAR estão abertas para os turistas, elas estão divididas nos quatro Núcleos de Visitação criados para facilitar o controle dos visitantes e proteger esse rico patrimônio, por este motivo também, todos os passeios no PETAR devem ser acompanhados por um monitor local credenciado e você deve também utilizar capacetes e lanternas, que são normalmente cedidos pelas agências que organizam os passeios dentro do parque, nós utilizamos os serviços da Parque Aventuras.

O Núcleo de Santana abriga o Centro de Visitantes mais completo e também as principais cavernas. A Caverna de Santana, considerada a mais bonita do parque, também foi eleita por nós a mais interessante.

Entrada da Caverna de Santana
Entrada da Caverna de Santana - Foto: Família Müller

Para visitá-la percorremos 800m entre enormes salões e formações curiosas, é nesta caverna que se encontra o famoso salão Taqueopa, considerado o mais ornamentado do mundo, mas por conta da fragilidade de seu ecossistema o acesso a ele é restrito aos pesquisadores, para compensar muitas outras formações como o anjo, o cavalo, a pata de elefante, a bailarina, etc, estão dentro dos limites das visitações e também são encantadoras.

Explorando a Caverna de Santana
Explorando a Caverna de Santana - Foto: Família Müller
Explorando a Caverna de Santana
Explorando a Caverna de Santana - Foto: Família Müller
Explorando a Caverna de Santana
Explorando a Caverna de Santana - Foto: Família Müller

Estar acompanhado dos monitores faz a grande diferença ao visitar as cavernas, nós fomos contemplados com uma verdadeira aula de geologia. Aprendemos o significado de termos como espeleotemas (nome genérico das diversas formações das cavernas), estalactites e estalagmites, e também porque certos espeleotemas são chamados de cortinas, colunas, travertinos, entre outros.

É fascinante entender como são formados, como crescem e qual a sua importância na vida dentro da caverna. O roteiro turístico da caverna de Santana é muito didático e por isto, normalmente usado pelos professores de escolas nas saídas pedagógicas para o PETAR.

Caverna de Santana - formações
Caverna de Santana - formações - Foto: Família Müller
Caverna de Santana - formações
Caverna de Santana - formações - Foto: Família Müller
Caverna de Santana - formações - cortina
Caverna de Santana - formações - cortina - Foto: Família Müller

Procure sempre programar sua visita com as agências o quanto antes, pois as cavernas, principalmente a Santana, têm limite de visitação diária, e com certeza você não vai querer ficar fora desta visita.

Outro atrativo imperdível dentro do Núcleo Santana é a Trilha do Bethary, ou Betari, dentro do parque, esta é a única trilha que faz parte do Programa Trilhas de SP. A caminhada é bem tranqüila e segue em meio à Mata Atlântica ciliar que protege o rio Betari.

Além de muito bonita, a trilha é divertida, pois os aventureiros que a percorrem são obrigados a cruzar o rio várias vezes durante o percurso, e este era apenas o início de um dia bem “molhado”. Avistar a fauna do parque também é uma das possibilidades nesta caminhada, bandos de bugios, macacos, pacas, lontras e muitas aves habitam as margens do rio Bethary. O percurso total é de 3,6 km, no entanto, como a trilha passa em frente a duas cavernas visitáveis, e termina em duas cachoeiras, esticamos o programa.

Trilha do Bethary
Trilha do Bethary - Foto: Família Müller
Trilha do Bethary
Trilha do Bethary - Foto: Família Müller
Trilha do Bethary
Trilha do Bethary - Foto: Família Müller

A primeira parada foi na Caverna Água Suja. Diferentemente da Caverna de Santana, aqui não há um roteiro turístico estruturado, a caminhada em seu interior se dá pelo leito do rio que atravessa a caverna. Apesar do nome, a água que corre pela caverna é transparente, e bem gelada, fica a dica para que quando for visitá-la, leve na mochila uma capa impermeável para se proteger do frio.

O percurso aberto à visitação é feito quase em sua totalidade com o nível de água pela cintura, no caminho passamos por entre corredores com enormes estalactites que repentinamente se abrem em grandes salões com até 30m de altura, uma visão de um mundo surreal e encantador. A exploração termina na cachoeira de 3 m que fecha a visita na caverna.

Entrada da Caverna Água Suja
Entrada da Caverna Água Suja - Foto: Família Müller
Explorando a Caverna Água Suja
Explorando a Caverna Água Suja - Foto: Família Müller
Explorando a Caverna Água Suja
Explorando a Caverna Água Suja - Foto: Família Müller
Caverna Água Suja - formações
Caverna Água Suja - formações - Foto: Família Müller
Caverna Água Suja - formações
Caverna Água Suja - formações - Foto: Família Müller

Saindo da Caverna da Água Suja, seguimos o rio Betari até a Cachoeira das Andorinhas. Como diz o nome, a cachoeira abriga ninhos de andorinhas que dão um show de revoadas em determinadas horas do dia. As águas da cachoeira despencam de mais de 30m de altura por entre um pequeno cânion, o belo cenário natural encerra a caminhada pela Trilha do rio Betari.

Cachoeira das Andorinhas
Cachoeira das Andorinhas - Foto: Família Müller

No outro lado do Núcleo Santana, o pórtico da Caverna do Morro Preto impressiona! A entrada tem mais de 20 m de altura com colunas e estalactites gigantescas, que conferem à caverna um ar misterioso. Aproveitando o clima de mistério, o guia contou-nos que em escavações arqueológicas foram encontrados vestígios de ocupação do homem primitivo logo no primeiro salão.

Pórtico da Caverna do Morro Preto
Pórtico da Caverna do Morro Preto - Foto: Família Müller

Ao adentrá-la percebemos que em algum momento houve ali um grande desmoronamento, e a visitação turística se da entre grandes blocos de rocha até um salão chamado anfiteatro. Olhamos à nossa volta imaginando como seria a vida dentro deste ambiente. Estes momentos são únicos. Grandes oportunidades de instigar a imaginação, mais ainda a de nossos filhos, e não foi diferente conosco.

Caverna do Morro Preto
Caverna do Morro Preto - Foto: Família Müller
Caverna do Morro Preto
Caverna do Morro Preto - Foto: Família Müller
Caverna do Morro Preto
Caverna do Morro Preto - Foto: Família Müller

A última caverna que visitamos dentro do Núcleo Santana foi a Caverna do Couto. Esta caverna não é menos bela que as demais que visitamos, o curioso é perceber que mesmo estando no mesmo núcleo, encontramos cavernas com formações e características tão distintas. A caverna atravessa um grande morro, é praticamente um túnel. Sua entrada tem uma boca pequena e a luz em seu interior é bem escassa. Esta caverna tem uma ligação com a do Morro Preto, no entanto, no dia de nossa visita estávamos com os pés muito molhados, e com o frio dentro da caverna, optamos por não atravessá-la, exploramos apenas uns 70m de sua extensão.

Pórtico da Caverna do Couto
Pórtico da Caverna do Couto - Foto: Família Müller
Caverna do Couto
Caverna do Couto - Foto: Família Müller
Caverna do Couto
Caverna do Couto - Foto: Família Müller

 

Saindo da caverna aproveitamos para contemplar a Cachoeira do Couto, com 6m de queda e ótima para o banho, e a formosa piscina natural do Betari.

Piscina natural do Betari
Piscina natural do Betari - Foto: Família Müller

O Núcleo Ouro Grosso tem como principal atrativo a Caverna do Ouro Grosso. Com várias cachoeiras no seu interior é considerada a caverna mais esportiva da região, e também uma das mais difíceis de explorar. Para principiantes, como nós, o ideal é ficar nos limites da primeira cachoeira, mesmo apenas até este primeiro percurso, a exploração é interessante e divertida, a aventura é garantida!

Entrada da Caverna do Ouro Grosso
Entrada da Caverna do Ouro Grosso - Foto: Família Müller
Caverna do Ouro Grosso
Caverna do Ouro Grosso - Foto: Família Müller
Caverna do Ouro Grosso
Caverna do Ouro Grosso - Foto: Família Müller

A Caverna Alambari de Baixo tem uma entrada com aproximadamente 10 metros de altura por 20 de comprimento, seu nome foi dado devido às águas do rio Alambari que no passado corria por dentro da caverna, hoje o nível do rio baixou e a água entra por outra fenda a direita da entrada. Esta caverna também faz uma travessia em seu interior, a trilha se inicia num grande salão que recebe a luz indireta do sol, que permite vislumbrarmos a beleza de suas formações. No dia que escolhemos para visitá-la, o nível de água do rio em seu interior estava alto e fomos aconselhados pelo guia em não ultrapassar a água pela cintura, assim, não completamos a travessia, mas para nós, já foi uma grande aventura chegar até ali.

Entrada da Caverna Alambari de Baixo
Entrada da Caverna Alambari de Baixo - Foto: Família Müller
Entrada da Caverna Alambari de Baixo
Entrada da Caverna Alambari de Baixo - Foto: Família Müller

Esta caverna encerrou nossa exploração, ainda que restassem dois núcleos para visitar, nosso tempo fora de casa estava esgotado, a visita aos Núcleos da Casa de Pedra e dos Caboclos terão que ficar para uma próxima viagem. Estes também são os núcleos com menos atrativos para quem é iniciante na atividade de explorar cavernas, inclusive aCaverna Casa de Pedra, que abriga o maior pórtico do mundo, com cerca de 215 metros de altura, tem a entrada proibida para turistas, que podem apenas admirar seu pórtico.

A região do PETAR também oferece outras opções de ecoturismo, a Reserva Betary, é uma unidade de conservação particular criada pelo engenheiro agrônomo e biólogo Sergio Pompéia voltada ao estudo científico, educacional e turístico da flora e da fauna da Mata Atlântica. A reserva possui uma infra-estrutura voltada à pesquisa em ambientes controlados, onde é possível a observação direta da fauna e da flora pelos visitantes e o acompanhamento das atividades científicas. Quem viaja com as crianças não deve deixar de visitá-la. Um trabalho fantástico!

Reserva Betary
Reserva Betary - Foto: Família Müller
Reserva Betary - anfíbio
Reserva Betary - anfíbio - Foto: Família Müller
Reserva Betary - observação da fauna
Reserva Betary - observação da fauna - Foto: Família Müller

No verão as agências receptivas também oferecem o bóia–cross, atividade que consiste em descer as corredeiras de um rio a bordo de bóias, aqui no PETAR, esta prática foi utilizada pelos exploradores de caverna que colocavam suas mochilas e lanches numa câmera de pneu para transpor os rios internos das cavernas, hoje turistas divertem-se praticando o bóia-cross nas corredeiras do rio Bethary.

bóia–cross no rio Bethary
bóia–cross no rio Bethary - Foto: Família Müller

Cachoeira e rapel

Não poderíamos deixar o PETAR sem conhecer a Cachoeira das Arapongas, com aproximadamente 50m de queda faz a alegria dos aventureiros que desafiam suas águas num cascading (rapel em cachoeira). Para quem não pretende curtir esta aventura, ficar ali ouvindo o som de suas águas ao cair no poço cristalino, sentir os respingos da queda e observar sua beleza, já é o suficiente para alimentar sua alma!

Cachoeira das Arapongas
Cachoeira das Arapongas - Foto: Família Müller

Iporanga

A cidade que abriga os núcleos principais do PETAR é hoje conhecida como “Capital das Cavernas”, a população de Iporanga vive basicamente do turismo. O Centro Histórico da cidade é bem modesto, ainda assim, foi tombado pelo Condefaht e a cidade é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Há no centro da cidade a Igreja Matriz, construída no início do século XX e um Museu, com artefatos e móveis históricos da região, além dos poucos edifícios patrimoniais que sobraram.

Igreja Matriz
Igreja Matriz - Foto: Família Müller
Centro Histórico
Centro Histórico - Foto: Família Müller

Informações úteis para quem vai visitar o PETAR:

 

Iporanga é uma pequena cidade que guarda muita história e base para quem visita o PETAR. O ingresso é obrigatório para entrada no parque, só não é cobrado o ingresso de crianças abaixo de 05 anos de idade, adultos acima dos 60 anos, ou portadores de necessidades especiais. O pagamento só é aceito em dinheiro. Para visitar as cavernas, use sempre calças compridas, camisetas e um tênis confortável que possa molhar.

Onde ficar:

Pousada Gamboa Eco-refúgio
Rodovia Antonio Honório da Silva (Iporanga/Apiaí), KM 01 - Iporanga-SP
Tel: 15 3556-1118 / 7811-4309 / 9604-8078
Uma das pousadas mais charmosas do PETAR, localizada às margens do rio Ribeira, tem como moldura 45 alqueires de Mata Atlântica. São 10 apartamentos com, TV, ventilador de teto/climatizador, rede na varanda, voltados para o Rio Ribeira ou para o lago da pousada. Instalações que unem simplicidade, aconchego e conforto.
www.gamboaecorefugio.com.br

Gamboa Eco-refúgio
Gamboa Eco-refúgio - Foto: Família Müller
café da manhã na pousada Gamboa Eco-refúgio
café da manhã na pousada Gamboa Eco-refúgio - Foto: Família Müller

Pousada da Diva
A mais antiga pousada do PETAR, simples e com acomodações rústicas e muito aconchegantes.
Bairro da Serra - KM 13 Iporanga
Tel: 15 3556-1224 / 3556-1308
www.pousadadiva.com.br

Onde comer:

Restaurante CASARÃO

Charmoso restaurante localizado num dos prédios mais conservados do Centro Histórico de Iporanga. Os pratos ficam por conta da chef Val que mistura sofisticação aos quitutes regionais. Vale à pena conferir!

O prédio histórico do Restaurante Casarão
O prédio histórico do Restaurante Casarão - Foto: Família Müller
Restaurante Casarão
Restaurante Casarão - Foto: Família Müller

Agência receptiva

Parque Aventuras - PETAR Cavernas

Especializada em receber turistas e escolas para estudos do meio.
Estrada SP 165, Km 13 – Bairro da Serra – Iporanga
Tel: 15 35561485 / 15 3556 1320
www.parqueaventuras.com.br