Sana

Sana – A natureza desconhecida da Serra Fluminense

O Sana está localizado entre os municípios de Trajano de Morais, Macaé, Casimiro de Abreu e Nova Friburgo, atualmente foi transformado numa APA (Àrea de Proteção Ambiental) e é cercado por morros cobertos pela Mata Atlântica.

 

Apresentação

Convidados pela Canoar para uma decida de duck pelo rio Macaé, fomos conhecer o SANA.

Como de costume, fizemos uma rápida pesquisa e descobrimos que o Sana está localizado na Serra Fluminense entre os municípios de Trajano de Morais, Macaé, Casimiro de Abreu e Nova Friburgo, não é uma cidade e sim um “arraial”, isto é, uma pequena vila. Ao chegar em Casimiro de Abreu pare e pergunte, é indispensável para não errar o caminho. Não existe nenhuma indicação de como se chega ao Sana. O acesso se dá pela Estrada Serra-Mar (RJ – 142) de mais ou menos 26 km, 10 asfaltados, e o restante de terra em estado razoável.

O Sana foi transformado numa APA (Área de Proteção Ambiental), é cercado por morros cobertos pela Mata Atlântica e rico em recursos hídricos.
Logo na entrada do Arraial, avistamos dois destes morros que foram chamados de “Pirâmides do Sana”, revelando o apelo místico do lugar.

Além de reduto de Raul Seixas e Paulo Coelho, que na época dos Maluco Beleza, frequentavam o Sana, o arraial recebe frequentemente pessoas ávidas por desfrutar um pouco de paz, envolvendo-se com a natureza local pretendendo “sanar” a mente e a alma, deixando a energia fluir livremente, tirando proveito de tudo que o Sana tem para oferecer.


“Pirâmides” do Sana
“Pirâmides” do Sana
Foto: Familia Muller
O Rio Sana
O Rio Sana
Foto: Familia Muller

Descendo de duck o Rio Macaé

Sempre achamos que “aquela canoa inflável” era frágil demais, podendo virar com facilidade, uma experiência que não gostaríamos de ter com nosso filho. Percebendo nossa preocupação, o instrutor da Canoar garantiu-nos que o duck era uma opção segura e que cada um de nós, por ser a primeira vez, iríamos com um guia nos acompanhando.

Passadas as instruções de segurança, vestimos os coletes, os capacetes, cada um de nós pegou um remo e descemos com quatro ducks para o rio.


Na base da Canoar
Na base da Canoar
Foto: Familia Muller
Entrando no rio
Entrando no rio
Foto: Familia Muller

O duck nos permite uma sensação diferente do rafting, como o bote é menor, ficamos mais “a mercê” do rio, com isto, mais adrenalina!

Na hora do surf, onde remamos contra a correnteza e deixamos com que o bote “surfe” na espuma, é muito gostoso, pois a água que invade o bote vem toda em cima de nós!


Mais Adrenalina no duck
Mais Adrenalina no duck
Foto: Familia Muller
Todos no rio
Todos no rio
Foto: Familia Muller

Matheus surfando
Matheus surfando
Foto: Familia Muller
Entre as pedras do rio
Entre as pedras do rio
Foto: Familia Muller

Num dos remansos, demos uma parada para curtir o banho e observar o rio Macaé, que com grandes rochas pelo meio e uma mata ciliar bem verde no contraste com o céu azul, forma um visual realmente lindo.


A beleza do Rio Macaé
A beleza do Rio Macaé
Foto: Familia Muller
A beleza do Rio Macaé
A beleza do Rio Macaé
Foto: Familia Muller

A descida durou por volta de duas horas, que quase não sentimos passar.

Associação Mico-Leão-Dourado

 

A Associação Mico-Leão-Dourado é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tem a missão de conservar a biodiversidade da Mata Atlântica com ênfase na proteção do Mico-Leão-Dourado. Para isto, a Associação está trabalhando juntamente com outras instituições na conservação, manejo e uso sustentável da Mata Atlântica.
Fomos conhecer o Centro Educativo, que tem muita informação sobre a Mata Atlântica da região, os animais que a habitam e claro, sobre o Mico-Leão-Dourado. Dali também parte a trilha Interpretativa Boi Branco, na qual seguimos com a esperança de avistarmos um Mico-Leão-Dourado. A trilha é bem fechada, rica em Mata Atlântica e infestada de pernilongos que “nos devoraram” em boa parte do caminho, mesmo com repelente foi difícil mantê-los à distância. Com isto, não conseguimos completar a trilha toda, que apesar de pequena (1 km), pareceu-nos interminável devido aos mosquitos.


Centro Educativo
Centro Educativo
Foto: Familia Muller
Centro Educativo
Centro Educativo
Foto: Familia Muller

Entrada da trilha Interpretativa Rio Branco
Entrada da trilha Interpretativa Rio Branco
Foto: Familia Muller

Por isto, para quem pretende visitar o centro Educativo e seguir a trilha, o melhor é ir lá pelas 10 da manhã e com um bom repelente.

O Centro Educativo Professor Adelmar F. Coimbra Filho, fica junto à Reserva Biológica de Poço das Antas / IBAMA, na Rodovia BR 101, Km 214 – Silva Jardim – RJ.. Para saber mais, é só entrar no site www.micoleao.org.br.

As Cachoeiras do Sana

A conselho do Raimundo, guia local, fomos conhecer as principais cachoeiras do Sana.O Sana é rico em recursos hídricos e com seu visual selvagem e clima quente atrai locais e turistas para suas cachoeiras nos feriados, finais de semana e férias.

Na tentativa de conter a degradação ambiental devido ao turismo desorganizado, a ONG Pequena Semente monitora as principais atrações naturais do Sana e tem como principal objetivo o desenvolvimento da consciência ecológica na região.


Placas de conscientização
Placas de conscientização
Foto: Familia Muller
“portaria” da trilha do Circuito das Águas
“portaria” da trilha do Circuito das Águas
Foto: Familia Muller

Cada visitante é cadastrado na portaria da trilha que leva às cachoeiras do Circuito das Águas. É proibido o acesso de animais domésticos, aparelhos de som e apetrechos para churrasco ou qualquer outro tipo de comida, prevenindo bastante a degradação do meio ambiente.

Por uma trilha limpa e sinalizada, por cerca de 20 minutos, guiados pelo Raimundo, chegamos à Cachoeira do Escorrega. Para crianças que gostam de divertir-se escorregando num toboágua natural esta é a melhor cachoeira, pois possui piscinas com pouca correnteza, tornando a brincadeira segura para qualquer idade.


Trilha do Circuito das Águas
Trilha do Circuito das Águas
Foto: Familia Muller
Matheus na Cachoeira do Escorrega
Matheus na Cachoeira do Escorrega
Foto: Familia Muller

Escorrega natural
Escorrega natural
Foto: Familia Muller
Brincadeiras no tobogã
Brincadeiras no tobogã
Foto: Familia Muller

Caminhando à frente, passamos pelo Recanto das Borboletas e seguimos para Cachoeira-Mãe, que leva este nome em razão do perfil de uma mulher, marcado na rocha, semelhante à imagem de Nossa Senhora.


Recanto das Borboletas
Recanto das Borboletas
Foto: Familia Muller
Perfil da “mãe”
Perfil da “mãe”
Foto: Familia Muller

Chegando à base da queda já ouvíamos os gritos dos turistas e locais que jogavam-se num escorrega no volume d´água arremessando-se numa piscina logo abaixo, num salto em torno de 12 metros de altura a 90 graus de inclinação. Sentamos por ali e ficamos fotografando, filmando e curtindo as peripécias dos “loucos” que surfavam, saltavam e escorregavam dali. O Matheus a toda hora soltava um “NOOOSSAAA!”, encantado com a loucura dos jóvens.

Chegando na base da Cachoeira-Mãe
Chegando na base da Cachoeira-Mãe
Foto: Familia Muller
Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Foto: Familia Muller

Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Foto: Familia Muller
Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Loucura dos jóvens na Cachoeira Mãe
Foto: Familia Muller

Passamos pela Cachoeira Pai avistando-a de cima pois, todos os caminhos que levam até ela são complicados. Ali de cima, mais jovens aventuram-se saltando de uma altura de mais ou menos 16 metros.
O Raimundo mostrou-nos também um pedaço da Cachoeira Filho, que fica entre a do Pai e da Mãe, mas só tem acesso para quem faz o chamado `circuito das águas` e vier pela queda da Cachoeira-Pai. Ela tem outro tobogã que leva direto para o poço da Cachoeira-Mãe. Sua descida é muito emocionante e rápida mas, radical a ponto de provocar escoriações nas costas, indicada apenas para quem está instruído e acompanhado por alguém que conhece.


Cachoeira Pai
Cachoeira Pai
Foto: Familia Muller
Cachoeira Filho
Cachoeira Filho
Foto: Familia Muller

Ao fim da trilha, chegamos à Cachoeira das Sete Quedas que tem este nome por apresentar em seu curso uma queda d`água representada em uma escadaria natural. Com a orientação do Raimundo, entramos embaixo das quedas d`água e sentimo-nos como se estivéssemos atravessando um tubo. A experiência foi muito gostosa.


Cachoeira Sete Quedas
Cachoeira Sete Quedas
Foto: Familia Muller
Cachoeira Sete Quedas
Cachoeira Sete Quedas
Foto: Familia Muller

Antes de voltarmos, aproveitamos para curtir um cantinho especial da cachoeira, onde numa tremenda paz, ouvindo o barulhinho d´água, ficamos os três ali aproveitando a hidromassagem e olhando o céu.


Curtindo a hidro natural
Curtindo a hidro natural
Foto: Familia Muller

Conhecemos assim todo o Circuito das Águas, formado pela Sete Quedas, Cachoeira-Mãe, Cachoeira-Pai e Cachoeira-Filho, que junto a com a do Escorrega formam as Cachoeiras do Rio Peito de Pombo.

O nome do rio foi dado devido a mais uma das maravilhas do Sana, a formação rochosa conhecida por `Peito do Pombo` que, vista de determinados ângulos, assemelha-se à figura de um pombo pousado sobre uma pedra a 1.120m de altitude. Para chegar lá é preciso reservar um dia inteiro, o acesso só é permitido com o acompanhamento de guias (contatar junto ao Grupo de Defesa Ecológica Pequena Semente) sendo 15 pessoas o número máximo por grupo.


Peito de Pombo
Peito de Pombo
Foto: Familia Muller

Em média, são três horas para subir e duas para descer, disseram-nos que vale a pena a subida pelo visual, onde do cume avista-se o litoral de Macaé,Cabo Frio, Búzios, Rio das Ostras e Barra de São João.

Ficamos tentados a subir, mas por orientação do Raimundo e do pessoal da Pequena Semente, desistimos, pois acharam que seria muito puxado para o Matheus.

O Arraial do Sana

O isolamento preservou o Arraial que nos faz lembrar a Visconde de Mauá de 20 anos atrás. Não há quase nenhuma estrutura turística, a praça tem uma pequena igreja e é circundada por bares com mesas nas calçadas e algumas lojinhas de artesanato.


 

Igreja
Igreja
Foto: Familia Muller
Praça
Praça
Foto: Familia Muller

Passear por ali e observar o ritmo do local é muito interessante, pois ninguém tem pressa pra nada, as pessoas, que geralmente estão andando nas ruas ou sentadas nas calçadas, sorriem para todos amigavelmente, e até falam em câmara lenta. Aos poucos o turista acostuma-se ao ritmo natural do Sana e para quem mora em São Paulo como nós, a bela natureza e a calmaria faz muito bem!


O rítmo do Sana
O rítmo do Sana
Foto: Familia Muller
A bela natureza
A bela natureza
Foto: Familia Muller

O Sana transmite uma sensação de paz e tranqüilidade que raramente encontramos em outros lugares, deixe o stress de lado e aproveite tudo o que ele tem a oferecer: sua natureza que esconde belezas exuberantes como as cachoeiras de águas cristalinas que serpenteiam pelo vale, os morros verdinhos enfeitados pela Mata Atlântica, o pequeno Arraial e o lado místico que envolve a região e seus habitantes. É um local que vale a pena ser conhecido e contemplado por aqueles que como nós adoram este contato com a natureza.


Natureza do Sana
Natureza do Sana
Foto: Familia Muller

Dicas da Família Muller

Familia Muller
Familia Muller

- Abasteça o carro antes de pegar a estrada Serra – Mar para Sana, piois os postos de gasolina mais próximos ficam distantes. (Lumiar ou Casimiro de Abreu)

- Não deixe de contratar um guia local, principalmente se estiver com crianças mesmo que as pessoas digam que não precisa, nós vivenciamos a experiência e vimos que os turistas sem orientação, além de pegarem trilhas erradas, arriscavam-se em locais perigosos por não saber o caminho;

- O Sana é bom de se visitar todo o ano. Porém, de setembro a março as cachoeiras e os riachos estão mais exuberantes por causa das chuvas que caem, geralmente, na parte da tarde. (nós fomos em outubro);

- O Sana tem muitas outras cachoeiras como a Rocadeira, a Fervedeira, a das Andorinhas entre outras, não visitamos por conta do difícil acesso e por falta de tempo, maiores informações poderão ser conseguidas através do www.portaldosana.com.br ou o www.sana.tur.br/ecoturismo.asp .

- Existe outra opção de aventura, que é conhecer parte do Sana à cavalo, o aluguel de montarias pode ser feito na Fazenda 3 Marias;

- Se estiver chovendo muito, não vá às cachoeiras e não fique na beira do rio. Já houveram várias mortes por causa de Cabeças D`água no local.

Onde comer

Creperia Telektonon
Rua José de Jesus Júnior, 75 Arraial – Sana

Telektonon
Telektonon
Foto: Familia Muller
Madeira fazendo crepes com assessoria do Matheus
Madeira fazendo crepes com assessoria do Matheus
Foto: Familia Muller

Restaurante Alquimia
Rua Principal, esquina com Rua da Glória
0 XX 22 2793 2411
Experimente o nhoque de aipim, servido com um bem feito molho de tomate, uma delícia!


o Alquimia
o Alquimia
Foto: Familia Muller